Jurar eternidade é uma falha, mas uma falha humana.
E o que há de errado eu querer as coisas para sempre?
Nada.
O que acontece é que nos 'estrupiamos' ao pensar que a eternidade é verídica. Mas e aí?
E se não pensarmos assim?
Qual a graça de jurar eternidade?
Nenhuma.
Esse é um erro que nunca nos ensinará nada.
É como um vício.
Gostamos muito de nos apegar ao abstrato - creio que até mais que ao concreto -,
pois a vontade de ter em mãos o que ainda não tocamos é muito maior.
Pois é uma surpresa.
6 comentários:
ah, mas eu também resolvi desabafar... sabe qual é a merda da eternidade? eu vou bem é lhe dizer... é porque com ela inventam as religiões... a necessidade do raparigo é tão grande em existir continuamente dentro e fora deste tempo que se agarra ao eterno como se isso fosse capaz de responder questões às nossa maiores angústias... Há também, nega, os que dizem que o amor é eterno, mas vamos combinar: Amor é vício.. quanto mais se está dentro, mais se ama.. e quanto mais se relaciona com o amor, mais ele se enraiza na porra da terra e vira semente... é por causa dessa tal de eternidade que os casamentos duram anos de inssossa solidão.. o eterno é cheio de falsa fidelidade.. nós somos seres altamente adaptáveis, vc não acha? a cena de caos se torna algo cotidiano.... mas se mudamos o prisma, nos acostumamos rapidamente com o novo... o ser humano, lígia, na condição de vivo, não é enterno porque num dado momento estará morto... pode ser eterno enquanto molécula, mas não enquanto pensamento... ou talvez sim, mas para isso precisaríamos de outras explicações... e pra que ser eterno? a vida é uma surpresa, não somente o abstrato... o eterno nos corrói porque estamos loucos por novas surpresas... e assim, brochas com a vida, crescem super homens, pelos quais cremos serem os detentores da nossa gloria já tão inglória... saca? paramos no tempo enquanto eternos... paramos enquanto supomos a enternidade como objeto de mensuração... quem sabe não seria a hora de gritarmos pelo efêmero? Amo o volátil, a chama, o rápido... gozar rapidamente e ir ler um livro, depois de um cigarro que dura cinco minutos... aaaaaahhhhhh e deixar de amar aquela mulher pelo qual amei tanto? e não crer mais que nossos pais são o objeto de nossas maiores crenças? e desfazer-se complemente de todas as crenças e se encontrar um ateu? e quem sabe o contrário? voltar a ser religioso? pra que eterno se podemos tudo ... pra que eterno se um dia não seremos mais?
E não creio que seja fácil encontrar resposta para tantas dessas perguntas. Na verdade, não creio que as encontraremos em momento algum. E aí, concordo com você, Roger, nos apegamos a uma religião e essa nos causa a ilusão de nos sentirmos bem por acreditarmos que sabemos de tudo por termos nos apegado a algo abstrato que todas as nossas respostas [concretas]. E isso é uma merda.
Por que não amar o volátil, a chama, o rápido, no lugar daquela pessoa desejada (amada) por um longo tempo? Porque, meu caro, já citamos antes: é um vício.
Desejar é abstrato, mas queremos que isso se concretize e como nosso. Amar o rápido seria onde a sensação prevaleceria e não é só isso o que se quer. Queremos juntar sensações com o material, queremos tornar um par dialético e apenas um par...
A questão é não querer aprender a conviver com a ausência do ser.
O que eu queria mesmo era sentir que tenho raízes. Queria poder aumentar o peso do balão. Pra ver se ele desce... se ele pousa.
Deve haver muitas formas de eterno e com certeza a minha não é igual a sua.
Aqui de cima onde o vento é mais frio e onde a solidão anda mais sozinha, eterno tem outro significado.
Eterno é tudo o que sobrevive, mas não com tanta obviedade é claro.
Eterno é o balanço que havia na frente de casa antes de tudo virar prédio.
Eterno são os passeios que eu fazia pelo sítio com meu falecido avô, ele de garrucha, eu de estilingue. Eu sempre à frente, abrindo a mata e dizendo: cuidado vovô para não se machucar. Mas ao mínimo roído eu corria esbaforido para traz dele. E ele dizia: "Eita menino descarado!"
Eterno é o meu primeiro uniforme escolar, minha primeira suspensão, meu primeiro copo e meu primeiro trago.
Eterno é meu primeiro ensaio de transa. Ela estava com uma calcinha de bolinhas e corações, linda... linda... e eu precisava demonstrar algum tipo de conhecimento que não tinha.
Eterno é o que fica espontaneamente em mim depois que já passou. E é até provável que eu seja parte da eternidade de alguém.
Resumindo tudo...é o medo "eterno"(rs) da finitude...juramos eternidade pelo simples detalhe de nascer com o defeito de não ser eterno.
Isso vários filósofos, sociólogos e psicólogos (isso me inclui,rs), mas o mais importante é compreender que isso é parte da belaza que nos constui humanos...e pra isso não precisa de muitas explicações.
Bjos
18 de outubro de 2010 18:23
Angel disse...
Resumindo tudo...é o medo "eterno"(rs) da finitude...juramos eternidade pelo simples detalhe de nascer com o defeito de não ser eterno.
Isso vários filósofos, sociólogos e psicólogos (isso me inclui,rs)discutem (Loparic é uma boa referência), mas o mais importante é compreender que isso é parte da belaza que nos constui humanos...e pra isso não precisa de muitas explicações.
Bjos
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