Ninguém ainda aprendeu a lidar com a busca pela felicidade, justamente por ser uma busca, uma busca eterna.
Seguindo uma lógica capitalista, em que a moral é proteção e valorização da propriedade e do bem material, e na qual é mais feliz aquele que mais possui, há, de alguma maneira, um vício pelo consumo, mas um vício incessável, pois uma vez que compramos a satisfação é apenas momentânea: logo queremos mais e mais. É um ciclo vicioso.
Porém um raciocínio muito parecido pode ser aplicado na felicidade relacionada ao que somos. De acordo com o existencialismo de Sartre, que nada mais é senão um humanismo, nunca nos tornamos um ser, este é o mundo. Estamos sempre em busca dele, somos um movimento, o projetar ser. Portanto, se não somos, também não somos felizes.
No entanto, não é porque há uma semelhança que ter e ser acontecem simultaneamente. Já nos disse Che Guevara uma vez "quando mais brilha o mundo das mercadorias e dos valores do mercado, menos vale e menos importa o ser humano". Se somos felizes, não temos a felicidade e vice e versa.
De fato não alcançamos a felicidade. Ela é apenas um incentivo a viver. Mas buscar ser traz mais satisfações que buscar ter, pois uma vez somos, seremos sempre, porém não é infindamente que teremos as mesmas coisas.
Um comentário:
Hoje, para mim, felicidade têm nomes, têm caras, têm formas, têm endereços.
Felicidade é ver Samuel lendo um livro.
Felicidade Lígia, é ter o seu sorriso subindo pelas escadas.
Felicidade é ter meus irmãos e pais numa mesma mesa, todos juntos, e sermos interrompidos por minha sobrinha deixando escapar um pum e caindo na gargalhada em seguida.
Felicidade é saber que a tristeza passa e que a felicidade também passa, porque tudo passa.
F e l i c i d a d e...
Eu não a busco; eu a permito.
E depois a deixo entrar. E depois deixo a porta aberta.
Mas eu grito... não vá, não vá!...
F e l i c i d a d e.
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