sábado, 15 de maio de 2010

A existência precede a essência.
O que eu faço ou deixo de fazer me constrói. Sou apenas um todo repleto de nada.
O que fiz? O que conquistei? Nada, eu perdi! O que conquistei? A perda.
E o que farei? Perderei mais. E mais.
E aprendi que a conquista é consequência da perda.

A conquista está totalmente vinculada ao medo, que é ligado ao futuro.
Futuro este, desconhecido. Relativo. O futuro não chega. Nunca. E o medo não acaba.
E o que quero conquistar será sempre uma incerteza.
Não seu o porquê, mas quero.
Tenho medo.
Ainda quero.
Vou perder.
Ainda quero.



"O impossível é sempre mais sedutor que o possível"

3 comentários:

Unknown disse...

Muito bonito e profundo este poema: "A existência precede a essência." é puro existencialismo. Fico admirado(e extasiado) como você chegou a esta síntese. Parabéns

Anônimo disse...

É medo ou angústia?
O existencialismo nos lança numa total angústia, já que somos apenas nossas escolhas e não-escolhas. Responsáveis por todas elas e seus desdobramentos, não há saída, nem em que se apoiar.
Assim, não há perda. Talvez algo a ganhar, apenas.
Beijo

Gil disse...

Não acredito na essência e sim na existência.
Somos pessoas reais, concretas.
O medo, o amor, o futuro que nos aguarda são todas elas coisas plantadas e aguadas no correr do nosso cotidiano.


"Todas as coisas de que falo são carne
como o verão e o salário
Mortalmente inseridas no tempo,
estão dispersas, como o ar,
no mercado, nas oficinas,
nas ruas, nos hotéis de viagem.
(...) Coisas,
de que falam os jornais,
às vezes rudes,
às vezes tão escuras
que mesmo a poesia as ilumina com dificuldade."
Ferreira Gullar

Gil