segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Carta (de amor)


Pensei em escrever uma carta de amor.
Mas não são todas as cartas, assim como os poemas, de amor? Pois se não são cartas de amor, não são cartas. Então, reformulei meu pensamento e resolvi escrever uma carta.

Somente carta. Ela trará o amor ao papel, espere e verá.

Mas é verdade isso o que dizem sobre as tais cartas? Que são ultrapassadas? Oras! Teriam a mesma ardência que a caneta no papel, o dedo no teclado? As cartas são mais sinceras quando punho e caneta, entrelaçados por dedos, dançam em palco de papel.

Aqui, expresso tanto sentimento... Toda a minha vida eu dedico por entre as linhas desse papel, todo meu amor é guardado por essas letras garrafais que meus dedos, após longas brincadeiras, se permitiram parir.

O que entrego a você são umas palavras em linhas tortas, que trilham seus caminhos todas juntas pela vastidão de seu vocabulário.

O que entrego a você é essa carta - de amor.


-

Lígia Fernandes
18.11.2013

Nenhum comentário: