terça-feira, 2 de novembro de 2010

Nós conosco

Essa é a vida: complexa e nunca completa. Nós a complicamos e a complicamos com nós. Nós fortes e górdios. Talvez seja um paradoxo, pois quero sempre buscar a simplicidade, mas a tendência sempre é complicar cada vez mais. É isso que nos dá vontade de viver. E por viver ser um verbo, ser abstrato, será nunca concreto. A vida nunca está completa e cada momento surgem mais e mais nós. Há  nós que busco no passado, pois gostava da forma dele e reviver não faz [tão] mal...
Mas somos nós mesmos quando estamos n(us) e quando fazemos (us)o de nós. Então, se busco me vestir, quero afastar-me de mim, de nós. Outro paradoxo: quando mais me aproximo de você, mais me afasto de nós, pois me afasto dos meus nós. Mas seremos nós novamente no momento em que estivermos nús.

Acredito que boa parte dos nós e de nós estão no que há de mais simples: a Natureza.

6 comentários:

Augusto Ismerim disse...

A brincadeira de nós pronome e nós substantivos me lembrou muito uma música da Tetê Espíndola, Umbigo. Vale a pena conferir =]

Lígia Fernandes disse...

Lembra bastante sim! E ouvi essa música uma vez no teu ipod, rs! Mas obrigada, agora estou a baixar!

Simone disse...

Ás vezes preferia não ter conhecido...
Não ter envolvido...então não haveria a complicação o conflito interno do ser eu do ser você do ser em grupo em sociedade.
Cada campo um personagem...mas e o eu e o que é verdadeiro?
Tamanha interpretação...distante realização...

Simone sempre longe do contexto.Rsrs.

Lígia Fernandes disse...

Longe não. Apenas apegada a outros ramos do contexto. É assim que é um bate papo. Lança-se uma tema para reflexão e entendimento de muitos outros :)

Angel disse...

Somos nós, os leitores que adoramos a nudez das suas palavras!
Adorei o texto mocinha!

bjão

Kléber Novartes disse...

Nós, nus, nos nós.

Eu já tive e já fui muitos nós.
Mas foram nos nós coletivos que descobri que nós, nus, não somos bem quistos. Aí me perdi em nós solitários, e cai num poço fundo que só vendo.
Nesse poço tinha esqueleto pra todo lado, e outros nós nasceram e deles nasceram outros nós! Eu usei esses nós todos - sem deixar escapar um - na corda lisa, que já estava lá, quando os esqueletos ainda falavam.

E não é que meus nós salvaram a minha vida!

Agora ando por aí feito Caim,
com folhas de bananeira... e todos os dias tenho que desabrochar uma porção de nós, que acham que estou nu. E também tenho que dar nós em pingos d'água pra garantir o pão.

Mas espero o dia em que nós, acharemos os nós, que nos deixam nus.
E nus, muitos nós não existirão em nós.
Daí ninguém mais cai no poço!